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Os pioneiros da tatuagem no Brasil

Postado 
18/08/2022
 às 
18:32

Os pioneiros da tatuagem no Brasil

Atualmente, o Brasil é uma potência mundial na tatuagem. Contamos com alguns dos maiores artistas do mundo, nos mais diversificados estilos. Mas toda história possui um início, e é sobre eles que iremos falar hoje! E você, o que sabe sobre os pioneiros da tatuagem em nosso país?

Como a tatuagem chegou no Brasil?

A tatuagem aportou no Brasil, mais precisamente no cais de Santos, em 1959, junto do dinamarquês Knud Harald Lykke Gregersen (é um nome ou um trava língua?), popularmente conhecido pelo seu nome artístico, Tattoo Lucky, ou simplesmente Lucky.

A disseminação da tatuagem no Brasil

Oriundo de uma família de artistas, Lucky se autodenominou desenhista e pintor no porto de Santos, quando pisou em solo tupiniquim pela primeira vez. E não demorou muito para colocar em prática sua arte, que como a maioria dos trabalhos profissionais da época, possuíam forte influência do old school clássico.

Knud Harald Lykke Gregersen, mais conhecido como Lucky, o primeira tatuador profissional do Brasil. (Foto: Reprodução)

Anos 70/80: a consolidação no underground

Os anos foram passando, e a cena da tattoo no Brasil ia se formando de forma orgânica. No estúdio de Lucky na rua General Câmara, ostentava-se os dizeres: “It’s not a saylor if he hasn’t a tattoo” (não é um marinheiro se não tem uma tattoo), definindo o que viriam a ser os primeiros amantes de tatuagem no Brasil, seguindo o padrão do resto do mundo: marinheiros, artistas, prostitutas… pessoas consideradas marginais na época.

Nasce a cena 100% brasileira da tatuagem

O legado de Lucky não foi deixado apenas na pele dos milhares de clientes que foram tatuados pelo dinamarquês. Além de criar um senso de comunidade, mais pessoas se inspiraram pela arte, e se interessaram ao ponto de quererem virarem tatuadores também.

Gostaríamos de destacar dois nomes que contribuíram de forma incalculável para a tatuagem em nosso país: Antônio Stoppa e Inácio da Glória.

Antônio Stoppa

Nascido em 1950, Stoppa foi um pioneiro não só na tatuagem, como também no universo dos motoclubes e das modificações automotivas, que por osmose, se interessou pela arte na pele, e aprendeu a tatuar apenas observando outros tatuadores, sendo um deles, o mestre Lucky, autor de sua primeira tatuagem, uma caveira pilotando uma moto, que segundo Stoppa, significa que ele seria um motociclista até a morte.

Entusiasta de muitas coisas, Stoppa decidiu seguir na carreira da tatuagem, e abriu seu estúdio de tatuagem em Florianópolis, no final dos anos 80, o famoso Tattoo de Pedra. Stoppa nos deixou em março de 2021, sendo uma das milhares de vítimas da COVID-19, mas seus feitos para a tatuagem, assim como a própria arte, estarão em nossas memórias para a eternidade.

Adepto da cultura de motoclube, Antônio Stoppa era entusiasta de tatuagens também, e se consolidou como um dos primeiros tatuadores profissionais mais renomados do Brasil. (Foto: Reprodução)

Inácio da Glória

Nasceu em 1952, em Rio Claro, no interior de São Paulo, Inácio foi um dos outros grandes que abriram espaço para a tatuagem se disseminar no Brasil. Inácio foi aprendiz de Lucky, em uma de suas idas para Santos, e acabou firmando seu estúdio em Brasília, onde trabalhou por mais de 20 anos.

Inácio abriu seu estúdio mais famoso, o clássico Ilha Nativa, no Guarujá, na baixada santista, consolidando a região como a Meca da tatuagem brasileira. Inácio sempre lutou para que a tatuagem fosse considerada como arte, e não deixasse de ser tratada com carinho e respeito, principalmente pelos artistas. Inácio acabou nos deixando em março de 2019, vítima de uma parada cardíaca, e é mais um dos gigantes da cena da tattoo brasileira a quem devemos muito do que somos hoje.

Inácio da Glória é a história escrita e vivida. Aprendiz de Lucky, ajudou a disseminar a cultura da tatuagem pelos 4 cantos do país. (Foto: Reprodução)

E o que temos para hoje no nosso túnel do tempo é isso! Curtiu relembrar das grandes figuras que abriram caminho para a tatuagem no Brasil? Então com certeza você vai curtir as outras histórias da tatuagem que já contamos blog, é só clicar aqui.

Autor (a):

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Gabriel Lima
Quase jornalista, quase designer e quase tatuado. Apaixonado por esportes, cultura de rua e pelas histórias que a vida conta.